Não é por acaso que a centésima edição do Musicograma coincida com a homenagem aos 80 anos do cantor, compositor, instrumentista, cineasta, escritor e artista plástico, Sérgio Ricardo. Mais que uma simples visita ao acervo da emissora, que nos faz lembrar momentos diferentes da trajetória do artista, o Musicograma tem revelado em que circunstâncias sociopolíticas esses artistas viveram e construíram uma obra consistente, crítica e criativa. Com isso, contribui para que o público conheça e avalie a diversidade da nossa música; acompanhe, semanalmente, como geração, após geração, ela se respeita; renova-se e se mantém como uma das mais fascinantes do mundo.
Neste contexto, Sérgio Ricardo é o artista que melhor representa o conceito do programa, pelo olhar atento e ações dirigidas a todos os setores da cultura musical. Aos 80 anos de idade e 62 de carreira, ele atuou no rádio, na televisão, no teatro, na política estudantil nos anos 60, no cinema, na literatura e nas artes plásticas. Seu nome está ligado à gênese da Bossa Nova, do Teatro do Oprimido e do Cinema Novo.
O Musicograma especial que vai ao ar dois dias antes do aniversário de Sérgio, comemorado em 18 de junho, destaca seu espírito libertário. Em trechos dos programas "A Vida é um Show", de 2002; "Bossa Sempre Nova", de 2008 e "É Preciso Cantar", de 1979, ele fala da mudança de São Paulo para o Rio de Janeiro, nos anos 1950; de política, de Bossa Nova, de cinema, e canta “Joana e João”, parceria com Carlos Drummond de Andrade; “Esse mundo é meu”, com Ruy Guerra; “Deus e o diabo na terra do sol”, com Glauber Rocha e os sucessos autorais “Nosso olhar”, “Ponto de partida” e “Zelão”.
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