O Brasil já perdeu 33% de suas áreas naturais desde 1985. Vegetação nativa, águas, praias e dunas que foram encolhendo ao longo dos anos. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (21) pelo MapBiomas. O principal fator, segundo os pesquisadores, é o avanço da agropecuária sem cuidados com o meio ambiente.
Em área total, a Amazônia e o Cerrado são os biomas que mais perderam vegetação nesses 39 anos. Na Amazônia, foram 55 milhões de hectares. Com isso, ela tem hoje 81% do território com cobertura nativa, o que a coloca muito próximo do que os cientistas consideram como o ponto de não retorno, momento em que as mudanças no ecossistema se tornam irreversíveis. Já no Cerrado, 38 milhões de hectares de vegetação nativa foram suprimidos. As perdas na Caatinga foram de 8,6 milhões de hectares. O território do Pampa está 3,3 milhões de hectares menor do que em 1985. E o Pantanal teve uma redução importante na superfície de água. Caiu de 21%, em 1985, para 4%, em 2023.
Um dado importante diz respeito às terras indígenas, que cobrem 13% do território nacional. De 1985 a 2023 elas perderam menos de 1% de vegetação em áreas da União, enquanto nas áreas privadas a perda foi de 28%.
Pela primeira vez, o MapBiomas apresentou o mapeamento de recifes de coral em águas rasas. Estima-se que 25% de toda a vida marinha dependa desses habitats. E a costa leste do país tem 20,4 mil hectares de recifes, sendo que a maior parte deles fica em unidades de conservação marinhas. A área de preservação Ponta da Baleia, Abrolhos, na Bahia, é uma das mais importantes, contendo 33% de toda a estrutura mapeada.
Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.