O julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, assassinos confessos da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, entrou nesta quinta-feira (31/10) no segundo dia.
Nesta fase do julgamento, a acusação e a defesa fazem a sustentação oral. O promotor Eduardo Martins apresentou aos jurados detalhes do processo e provas que compõem a denúncia do Ministério Público. O MP comentou que a intenção de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz era matar todos que estavam no carro e não apenas Marielle, usando provas da perícia que mostram que a posição do veículo e dos tiros reforçam essa intenção. A acusação sustenta que Marielle foi morta por ser vereadora, por sua atuação política e pelo vínculo com o PSOL.
Na quarta-feira (30/10), primeiro dia do julgamento, foram mais de 13 horas de depoimentos, tanto da família quanto das testemunhas e dos executores do crime. O primeiro depoimento de acusação foi de Fernanda Chaves, assessora de Marielle que estava no carro no dia do assassinato. A segunda pessoa a depor foi Marinete da Silva, mãe de Marielle. Ela disse que a filha deixou um vazio insubstituível e que confia que a justiça será feita, mesmo seis anos após o assassinato. Em seguida falou Mônica Benício, viúva da vereadora assassinada, que se emocionou durante todo o depoimento.
A quarta testemunha a depor foi Ághata Reis, viúva do motorista Anderson Gomes. Ela relembrou o quanto foi difícil criar o filho sem o marido, que na época do assassinato tinha apenas um ano e oito meses.
Ronnie Lessa, que confessou ter matado Marielle e Anderson, abalou os parentes das vítimas ao dar detalhes de como cometeu o crime. Logo após, pediu desculpas às famílias.
Já Élcio de Queiroz, que dirigia o carro, disse que não conhecia Marielle e que não sabia que participaria de um homicídio até chegar ao evento na Lapa, onde estava a vereadora. Contou ainda que, após o crime, foi com Lessa para um bar, onde ficaram bebendo até de madrugada.
Após terminadas as sustentações orais da acusação e da defesa do caso, o júri, composto por sete jurados, todos homens, se reunirá em uma sala secreta para votação. A expectativa é que o veredito saia ainda hoje (31/10).
Pelos crimes, o Ministério Público vai pedir ao Tribunal do Júri a condenação máxima de 84 anos de prisão.
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