A polícia civil do Rio de Janeiro vai convocar para prestar novos depoimentos os envolvidos no caso do estudante universitário Igor Melo de Carvalho, baleado por um PM reformado quando estava em um mototáxi, na zona norte da capital, na madrugada do último domingo (23/2).
A polícia analisa as imagens das câmeras de segurança e constatou inconsistências nas duas versões dadas pelo PM Carlos Alberto de Jesus e a esposa dele, Josilene Souza. Ambos deram dois depoimentos com um intervalo de 33 horas entre eles.
Igor Melo de Carvalho, de 31 anos, é estudante de publicidade e sonha em ser jornalista esportivo. Ele foi perseguido e baleado quando voltava de uma casa noturna onde trabalha como garçom. O PM teria dito que Thiago Marques Gonçalves, que pilotava a motocicleta perseguida, havia roubado o celular de sua esposa. Atingido nas costas, Igor perdeu um rim e está internado em estado grave no Hospital Getúlio Vargas, no Rio. O mototaxista Thiago Marques teve escoriações.
Na primeira versão, o policial Carlos Alberto disse que o homem que estava na garupa sacou uma arma de fogo. Na segunda versão, o PM reformado itiu que não viu nenhum dos dois portando arma, apenas movimentos que supunham porte de arma.
Já a companheira do PM reformado, Josilene, informou horários diferentes para o roubo do celular nos dois depoimentos. Além disso, ela teria reconhecido Tiago e Igor como os criminosos que levaram o aparelho, mas depois confirmou que os dois estavam o tempo todo de capacete. Ela teria feito a identificação apenas pela cor da moto e pela roupa que usavam.
Thiago e Igor chegaram a ter a prisão decretada, mas a justiça determinou o relaxamento das duas prisões. O mototaxista foi liberado nessa terça-feira (25/2) à tarde. O advogado de defesa de Igor afirma que ele não pode ter cometido o assalto no horário alegado e defende que foi um episódio de racismo estrutural.
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