Um estudo do Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Sociais, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE, revelou que a desigualdade de renda entre negros e brancos aumentou no Brasil na última década. A pesquisa analisou indicadores entre 2012 e 2023, como qualidade de vida, trabalho e renda, destacando que, embora tenha havido uma redução na extrema pobreza, o ritmo dessa mudança é lento. Além disso, entre os estratos mais ricos da população, a desigualdade cresceu, com um aumento da concentração de renda entre os brancos.
Os dados apontam que mais de 60% dos negros vivem com renda de até um salário mínimo, enquanto entre os brancos essa proporção é inferior a 40%. Em 2012, os negros representavam 70,5% da população em extrema pobreza, número que subiu para 73,5% em 2023. A ascensão social entre os negros é limitada, o que contribui para a concentração de renda entre os brancos, principalmente entre aqueles que recebem mais de três salários mínimos.
A pesquisa também revelou que o desemprego médio entre negros foi de 12%, contra 8% entre os brancos. Para as mulheres negras, a situação é ainda mais grave, com uma taxa de desocupação de 15%, mais que o dobro da registrada entre homens brancos. No topo da pirâmide econômica, a presença de negros continua reduzida, enquanto os brancos, principalmente os homens, seguem dominando os extratos mais altos da sociedade.
Na base da pirâmide de renda, a desigualdade é ainda mais evidente. Em domicílios com renda de até 1/8 do salário mínimo, há cinco vezes mais mulheres negras do que homens brancos como responsáveis pelo sustento da casa.
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