Onze escravizados que ajudaram a reerguer a Floresta da Tijuca podem ter seus nomes inscritos no Livro de Heróis e Heroínas do Estado do Rio. O projeto de lei da deputada Dani Monteiro, do PSOL, foi aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado nesta semana e seguiu para análise do governador Cláudio Castro. A proposta reconhece a contribuição fundamental do grupo para a história da cidade.
O que hoje é uma floresta urbana preservada na Zona Norte do Rio já foi usado para plantações de café no Brasil do século XIX. Muitos atribuem as ordens de replantio ao imperador Dom Pedro II, para resolver o problema de crise hídrica na capital do Império.
Hoje, a Floresta da Tijuca é Patrimônio da Humanidade, reconhecido pela Unesco desde 1991. A história, ainda pouco contada, é que, junto com as Paineiras, parte do que foi desmatado desse conjunto foi recuperado pelo trabalho de um grupo de pessoas escravizadas: dez homens e uma mulher que pam as mãos na terra. Maria, Eleutério, Constantino, Manoel, Mateus, Leopoldo, Sabino, Macário, Clemente, Antônio e Francisco têm uma homenagem no centro de visitantes do setor Floresta. A estátua é uma das formas de guardar a memória de quem deixou um legado vivo.
Entre as espécies da floresta estão o pau-ferro e o cedro. A idade estimada das árvores aponta que algumas podem ter sido replantadas pelo grupo de escravizados que teve papel fundamental no reflorestamento desde 1862. Foi o replantio das mais de 100 mil mudas nativas da Mata Atlântica que ajudou a restaurar os mananciais de água da cidade.
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