Mais de 45 mil brasileiros foram vítimas de homicídios em 2023, uma média de 125 mortes por dia. Os dados fazem parte do Atlas da Violência, que é um estudo divulgado nesta segunda-feira (12) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Segundo o estudo, foram 45.747 mortes violentas no país em 2023, sendo que 71% delas foram por arma de fogo. Apesar do dado alarmante de 2013 para 2023, houve uma redução de 20,3% no número de homicídios no país. Quando consideramos a taxa de homicídios, foram 21,2 homicídios por 100 mil habitantes, a menor taxa nos últimos 35 anos.
Por unidades da federação, seis delas conseguiram reduzir sistematicamente o número de homicídios entre 2013 e 2023: Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraíba e São Paulo. Segundo os pesquisadores, entre as razões para essa queda no número de homicídios estão o envelhecimento da população e políticas de segurança focadas em dados, estatísticas, ações de inteligência, além de investimento em políticas sociais.
Quando consideramos o recorte da população entre 15 e 29 anos, em média, em 2023, 60 jovens morreram violentamente no país.
O estudo aponta ainda que os negros correm maior risco de serem vítimas de homicídios. Os dados colhidos em 2023 tiveram uma pequena redução em relação ao ano anterior, quando o risco era 2,8 vezes maior. Segundo o Atlas da Violência, foram 9,9 mil homicídios de pessoas não negras, uma taxa de 10,6 para cada 100 mil habitantes. Entre os pretos e pardos foram 35.213 homicídios, taxa de 28,9 por 100 mil habitantes. Num panorama geral, a taxa de homicídios caiu no Brasil, mas reduziu menos entre os não negros, queda de 21,5%. Já entre os brancos, a queda foi de 32,1%.
Uma das conclusões do estudo é a de que a população negra permanece em um cenário de violência desproporcional. A pesquisa também analisou a violência contra os indígenas, outra população em situação de vulnerabilidade no país.
Os dados mostram que em 2023 foram 234 homicídios de indígenas, taxa de 22,8 para cada 100 mil habitantes. O índice é superior ao da população brasileira e aumentou em relação ao ano anterior. Roraima apresenta a situação mais crítica. O indicador é mais de 10 vezes o do Brasil: são 235,3 homicídios por 100 mil habitantes. Em seguida, está o Mato Grosso do Sul com 178,7 homicídios.
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