A campanha para as eleições municipais deste ano foi recordista em violência política na última década. É o que aponta uma pesquisa das organizações "Justiça Global" e "Terra de Direitos".
Os dados das três edições anteriores do estudo mostram um aumento progressivo da violência política no Brasil. De 2016 a 2020, foram 351 casos; de 2020 a 2022, 518; e, de 2022 a 2024, mais de 714. Nas eleições de 2024, quase duas pessoas foram vítimas de violência política por dia. O dado mais preocupante: 159 pessoas foram mortas por questões políticas desde a primeira edição da pesquisa, em 2016.
O crescimento da violência fica ainda mais evidente quando analisados apenas os dados dos anos de eleições municipais. Em 2016, foram 46 casos; em 2020, 214; e, em 2024, 558, um aumento de 12 vezes em oito anos.
Quanto aos tipos de violência, em todo o período analisado, as ameaças estão no topo, com 558 casos, seguidas por atentados, ofensas, agressões e assassinatos. Em 2024, as ameaças e ofensas tiveram um crescimento direcionado mais às mulheres, que foram alvo de quase 40% dos casos totais. Os ataques virtuais compõem cerca de 40% do total das ocorrências contra elas.
Uma solução apontada é regular a internet de forma mais eficiente, já que mais de 70% das ameaças nos últimos dois anos ocorreram em meios digitais. Outra recomendação é que o Tribunal Superior Eleitoral invista mais em campanhas contra discursos de ódio.
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