Enquanto diplomatas e ambientalistas discutem acordos para reduzir a poluição dos oceanos pelos resíduos plásticos, um trabalho anônimo e decisivo à preservação da natureza. São os catadores de lixo, gente que dá duro, tirando o sustento daquilo que ninguém mais quer.
Todos os anos, cerca de 325 toneladas de plástico acabam nos oceanos, de acordo com informações da ONG Oceana Brasil. A poluição seria ainda maior se não fossem os catadores, que fazem do trabalho de separação de materiais uma esperança para a própria subsistência e para a preservação do planeta.
A cooperativa Recicla Mais, em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, separa materiais recicláveis há 10 anos. Ela é fruto da luta dos trabalhadores após o fechamento do lixão em 2012. A Política Nacional de Resíduos Sólidos determinou o fechamento dos lixões e iluminou a importância do trabalho dos catadores, fundamental para a gestão sustentável.
A lei busca a inclusão desses profissionais na formalidade, incentivando a organização de cooperativas e promovendo a coleta seletiva. Hoje, o mundo todo recicla apenas cerca de 9% dos resíduos plásticos, mas mais da metade desse trabalho é feito pelas mãos de catadores e catadoras. No entanto, a profissão ainda carece de reconhecimento, regulação, financiamento e infraestrutura.
Em 10 anos de atuação, a cooperativa Recicla Mais ainda luta por contratos formais com entes públicos e por melhores condições de trabalho. A maquinaria utilizada tem 10 anos de uso, e falta estrutura para a logística de transbordo, que evitaria o desgaste da mão de obra.
O material que chega frequentemente é rejeito, e a renda obtida com a separação não é suficiente. Garrafas PET estão entre os materiais mais valiosos, enquanto o vidro oferece riscos e tem pouco valor comercial.
A falta de uma regulação específica para a profissão prejudica o o a direitos trabalhistas e previdenciários.
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