Dois brasileiros mantidos reféns por três meses em Mianmar, no Sudeste Asiático, desembarcaram na tarde de hoje (19) no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos. Após uma viagem de mais de 24 horas, eles finalmente pisaram em solo brasileiro às 16h. No entanto, o reencontro com suas famílias aconteceu apenas duas horas depois, pois, antes, precisaram prestar depoimento à Polícia Federal, que investiga o caso como tráfico de pessoas.
Felipe se reencontrou com o pai, Antônio, e Lucas, com a mãe, Cleide, em um momento de forte emoção. Apesar do alívio e da felicidade por estarem de volta, ambos demonstravam sinais de trauma e medo. Eles exibiam marcas de tortura e hematomas pelo corpo, resultado dos abusos que sofreram enquanto estavam presos.
Os dois foram atraídos para o Sudeste Asiático em novembro do ano ado por falsas promessas de emprego. Ao chegarem a Mianmar, país em guerra civil, foram forçados a trabalhar como escravos em uma central que aplicava golpes virtuais ao redor do mundo. Tinham metas a cumprir e, quando falhavam, eram brutalmente punidos com choques elétricos e espancamentos. Seus aportes foram confiscados e a comunicação com a família, proibida.
Após uma tentativa de fuga malsucedida, foram recapturados pelo grupo que os mantinha em trabalho escravo. A libertação só foi possível graças à atuação de uma ONG internacional, que contou com o apoio de um grupo rebelde de Mianmar. Com essa ajuda, os brasileiros conseguiram retornar ao país.
Segundo a organização que viabilizou o resgate, casos como esse são raros, pois, na maioria das vezes, as vítimas de tráfico humano não conseguem escapar ou sequer sobreviver. O alerta para falsas promessas de emprego no exterior segue sendo fundamental para evitar que outras pessoas caiam em armadilhas semelhantes.
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