No segundo dia da série "Abre Alas: Mulheres no Carnaval", sobre a contribuição feminina para a festa que vai muito além dos referenciais de beleza, nossa reportagem mostra a arte da coreógrafa Carla Meirelles. Há 25 anos, ela é responsável pela dança das áreas coreografadas de diferentes escolas que desfilam na Marquês de Sapucaí.
As alas coreografadas em escolas de samba existem desde os anos 1960. Surgiram com Mercedes Baptista, primeira bailarina negra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que criou coreografias para a Acadêmicos do Salgueiro. Em 1963, com a transferência dos desfiles do Rio da Avenida Rio Branco para a Avenida Presidente Vargas, onde havia arquibancadas verticais, aumentou a necessidade de preencher os vazios das escolas. Desde então, as alas coreografadas ganharam papel fundamental na execução do enredo.
O assunto foi objeto de pesquisa no mestrado de Carla Meirelles, que, além de coreógrafa há 25 anos, também é atriz, diretora de teatro e pesquisadora acadêmica. Ao compor os movimentos, a coreógrafa considera o impacto visual para quem assiste do alto. Tem que agradar aos jurados, aos espectadores dos camarotes e a todos os setores da Sapucaí.
Com a proximidade dos desfiles, o ritmo de treinos se intensifica. Todo dia é dia de ensaio. Carla atua em três escolas. Com graça, leveza e movimentação cênica, ela coloca seus alunos, componentes das alas das escolas, para sambar.
O ensaio da ala coreografada de uma escola de samba vai muito além dos os ritmados e do movimento corporal. Os componentes precisam ficar atentos à evolução. Ninguém pode ficar parado e, muito menos, deixar de cantar, com empolgação, o samba-enredo.
Veja mais 585s36
Reportagem 1 - Lara Mara, a jovem diretora que faz história no carnaval carioca
Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.