A Mata Atlântica perdeu o equivalente a 200 mil campos de futebol entre 2010 e 2020. A informação é de um estudo feito por pesquisadores da Fundação SOS Mata Atlântica, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e da Universidade de São Paulo.
Na década analisada, os estados que mais contribuíram para o desmatamento da Mata Atlântica foram Bahia, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. As áreas desmatadas foram convertidas em pastagem, agricultura e cultivo de árvores para madeira. Nesse período, foram observados mais de 14 mil pontos de desmatamento, a maioria em pequenas áreas de propriedade privada.
A Mata Atlântica é o bioma mais devastado do país. Hoje, restam apenas 24% da floresta que existia originalmente, sendo que apenas uma pequena parte é formada por florestas maduras e bem preservadas. A Mata Atlântica abrange cerca de 15% do território nacional, está presente em 17 estados e percorre grande parte da faixa litorânea, onde vivem 72% dos brasileiros.
O desmatamento prejudica a produtividade no campo e a qualidade de vida na cidade. “A gente também perde a capacidade de prevenir, ou mitigar ou atenuar o efeito de grandes enchentes. A floresta também é importante para a biodiversidade e até para a própria produção agropecuária, para a polinização das culturas”, destaca o pesquisador Luís Fernando Guedes Pinto, diretor-executivo do SOS Mata Atlântica,
A boa notícia é que, nos dois últimos anos, o desmatamento da Mata Atlântica tem diminuído, mas os desafios ainda são muitos. “A gente precisa de mais recursos nos órgãos ambientais federais e estaduais para intensificar a fiscalização e penalizar quem desrespeita a lei. Esse é um caminho. A gente também tem um caminho que está sendo muito eficiente, que é o corte do crédito rural para proprietários de terra que fazem desmatamentos ilegais. E, por último, a gente precisa de uma agenda positiva, de instrumentos econômicos e reconhecimentos para proprietários de terra e municípios que estão incentivando a manutenção da floresta de pé”, destaca o pesquisador.
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