Um estudo alerta para o mau uso de propagandas em redes sociais da Meta, dona do Facebook e do Instagram. De acordo com a análise do Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais, da UFRJ, foram identificados 1.770 anúncios com conteúdo fraudulento em um período de dez dias. O estudo mostra como anunciantes maliciosos exploram indevidamente políticas públicas para praticar golpes.
Entre os dias 10 e 21 de janeiro, foram identificados e analisados 1.770 anúncios com conteúdo fraudulento. Esses anúncios se apropriam e modificam conteúdos de instituições idôneas, manipulam a imagem de pessoas conhecidas pelo público e utilizam inteligência artificial para criar deepfakes. Colocam nos vídeos palavras que jamais foram ditas por essas pessoas, sem o engano ser perceptível tecnologicamente.
Jornalistas e políticos estão entre os que mais têm imagens e falas adulteradas. As propagandas enganosas mencionam e distorcem diversas políticas públicas, como Desenrola Brasil, Pé de Meia e Bolsa Família, além de criarem outras que nunca existiram.Um dos anúncios falsos alegava que o governo ampliaria a fiscalização sobre as transações do Pix, o que gerou fake news de que essas transferências seriam taxadas. O governo decidiu revogar o aumento da fiscalização. O resultado, segundo a pesquisa da UFRJ, foi um aumento de 35% nos anúncios fraudulentos.
Nem as transações recebidas pelos golpistas nem a identidade deles podem ser rastreadas pela polícia ou pela Justiça brasileira. As informações sobre a identidade dos anunciantes ficam restritas a plataformas como a Meta, que opera redes sociais como Instagram e Facebook.
Quando questionadas, as plataformas, que detêm notório poder econômico, alegam que operam segundo a lei vigente no Brasil e argumentam que não podem ser responsabilizadas por conteúdos de terceiros.
Nas conclusões, o estudo reforça a necessidade de regulamentação.
A Meta informou, em nota, que atividades que tenham como objetivo enganar, fraudar ou explorar terceiros não são permitidas nas plataformas da empresa e que estão sempre aprimorando a tecnologia para combater publicações suspeitas. A Meta também recomenda que as pessoas denunciem conteúdos que possam ir contra os padrões da comunidade do Facebook e do Instagram através dos próprios aplicativos.
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