A China reagiu ao tarifaço anunciado por Donald Trump na quarta-feira (2) impondo taxas de 34% sobre produtos norte-americanos e restringindo a exportação de minerais raros para os Estados Unidos. Essa retaliação resultou em um dia de quedas nos mercados financeiros em todo o mundo. A medida é a resposta mais dura da China desde que Trump iniciou a taxação sobre a importação de produtos estrangeiros, em fevereiro.
A tarifa de 34% é equivalente àquela imposta pelos Estados Unidos contra os produtos chineses e começará a valer na próxima quinta-feira (10). Com essa ação, a China demonstra que estava se preparando para responder à altura às medidas de Trump. A possibilidade de um acirramento da disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo está em jogo, o que pode impactar outros mercados globalmente, levando a uma guerra de preços e até mesmo a uma guerra comercial.
Além da tarifa, a China apresentou um pacote de medidas punitivas contra os Estados Unidos, incluindo a inclusão de 11 empresas americanas na lista de entidades não confiáveis, proibindo-as de comercializar com a China. A venda de sete tipos de minerais estratégicos, conhecidos como terras raras, também foi restringida. Embora esses minerais não sejam raros, sua extração é difícil, e eles são essenciais na fabricação de eletrônicos, veículos elétricos e equipamentos militares. A China é o maior produtor desses elementos, abastecendo cerca de 90% do mercado mundial, incluindo os Estados Unidos.
Donald Trump utilizou as redes sociais para afirmar que a retaliação chinesa demonstra que o país asiático "entrou em pânico". Ele minimizou a queda das bolsas de valores, classificando-a como uma oportunidade para enriquecer.
Somadas, as tarifas americanas sobre produtos chineses chegam a 54%. Especialistas alertam que esse embate pode levar os Estados Unidos a enfrentar uma grande inflação e ameaçar o mundo com uma recessão.
De acordo com análises, o mundo caminha para uma recessão significativa, mas a China é vista como o único país preparado para enfrentar essa situação. O país conseguiu internalizar boa parte das tecnologias e cadeias produtivas que não possuía há alguns anos, especialmente aquelas relacionadas à alta tecnologia. A preparação do resto do mundo para uma recessão, no entanto, é incerta.
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