O desabamento do Morro do Bumba, em Niterói, no Rio de Janeiro, completa 15 anos. A favela foi construída em cima de um lixão e desabou devido à umidade acumulada no solo, após uma semana de chuvas contínuas. O deslizamento de terra deixou centenas de desabrigados e quase 50 mortos e desaparecidos. Quinze anos após a tragédia, algumas vítimas ainda aguardam uma solução definitiva.
Élber, por exemplo, teve sua casa interditada pela Defesa Civil e ainda recebe o aluguel social no valor de R$ 400, quantia que considera insuficiente para custear uma moradia. Ele relata que não recebeu assistência adequada da prefeitura.
Há mais de 50 anos, já existiam moradias no Morro do Bumba, e a prefeitura de Niterói instalou um lixão no espaço entre 1970 e 1986. Com a desativação do lixão, outras famílias aram a viver na região. Para muitos, a tragédia representa não apenas uma má política de gestão do lixo, mas também o descaso e a omissão do poder público em relação às ocupações irregulares.
Um relatório foi entregue às autoridades, destacando que havia alternativas para o reassentamento dos moradores. A tragédia foi, portanto, considerada um evento anunciado. Outros moradores acusam a prefeitura de ter incentivado a ocupação do Morro do Bumba com a construção de infraestrutura na região.
A tragédia deixou muitas vítimas em diferentes pontos da cidade de Niterói. Parte dos moradores do Morro do Bumba foi transferida para um novo condomínio. "Quinze anos já era para ter sido feita uma residência para outras pessoas. Foi construído apenas um conjunto habitacional próximo. Tivemos que ir a Brasília para brigar por isso. Quando acontece qualquer tipo de problema, eles querem que as pessoas se afastem, mas nós brigamos e conseguimos a construção de 180 apartamentos para 180 famílias", relatam os moradores.
A prefeitura de Niterói informou que investiu mais de R$ 1,7 bilhão em resiliência e prevenção e que o município é hoje um dos oito com maior capacidade de gestão de riscos do Brasil. Além disso, anunciou um plano para entregar mil unidades habitacionais de interesse social nos próximos meses.
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