A escalada de tensão entre Estados Unidos e China teve mais um capítulo nesta sexta-feira (11). Depois de aumentar para 125% as tarifas para a importação de produtos americanos, o presidente chinês, Xi Jinping, disse que não tem medo da guerra comercial com os Estados Unidos. A China também propôs uma aliança com a União Europeia contra a política tarifária de Donald Trump.
A elevação das tarifas, de 84% para 125%, que começa a valer no sábado (12), impede quase que completamente a circulação de produtos americanos na China e chega bem perto da taxa de 145% imposta por Donald Trump sobre importações chinesas.
Em um comunicado, o governo chinês afirmou que a disputa teria se tornado um jogo de números com potencial de se tornar uma piada histórica. Por isso, o país não vai mais reagir a novos aumentos.
Hoje, a diretora de Comércio das Nações Unidas, Pamela Coke-Hamilton, disse que as taxas podem ter um impacto catastrófico sobre os países em desenvolvimento.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que o presidente Trump deixou bem claro que está aberto a um acordo com Pequim, mas, se a China continuar retaliando, isso não será bom para ela.
Já o presidente chinês, Xi Jinping, fez hoje sua primeira manifestação pública sobre o assunto durante um encontro com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez. Disse que a China deve unir forças com a União Europeia contra os Estados Unidos. Xi Jinping ainda citou o presidente Lula ao defender o multilateralismo. O presidente chinês destacou um artigo escrito com Lula e o presidente sul-africano Ramaphosa, pedindo apoio à proteção do bem comum de toda a humanidade e à oposição ao isolacionismo.
O tarifaço de Trump segue limitado a 10% para os demais países do mundo por 90 dias, com exceção da China. A pausa ainda não é a solução definitiva, mas está sendo usada como brecha para intensificar as negociações. A União Europeia deve abrir a rodada de conversas já na segunda-feira (14), quando um representante do bloco estará em Washington.
No Brasil , o vice-presidente, Geraldo Alckmin, debateu hoje as alterações tarifárias com o ministro do Comércio chinês. Mas o grande desafio do governo brasileiro é tentar um acordo pacífico junto aos americanos e, ao mesmo tempo, manter boas relações com os dois países, que são os maiores parceiros comerciais do Brasil.
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