A apreensão de uma carga importada de carne de tubarão-azul no porto do Rio acendeu um alerta. Testes feitos no produto pela Fiocruz apontaram altos índices de arsênio, um elemento químico que pode causar problemas de saúde. Além disso, o peixe, que é vendido como cação, pode entrar na lista de risco de extinção.
No início deste ano, uma carga de 77 toneladas de carne de tubarão vinda de Taiwan, na Ásia, foi apreendida pelo Ibama quando chegou ao porto do Rio. O instituto quis fazer a doação do alimento, mas antes pediu uma análise da qualidade à Fiocruz. O resultado foi preocupante, segundo conta o superintendente regional no Rio de Janeiro, Rogério Rocco. A Fiocruz detectou seis vezes mais arsênio do que o máximo permitido pela Anvisa. Por isso, está ocorrendo um diálogo para que seja estabelecido um procedimento de análise da presença de metais pesados nessas cargas, como uma condição para sua importação.
O consumo de alimentos contaminados com arsênio, segundo um biólogo da Fiocruz, pode causar problemas à saúde humana.
Para os ambientalistas, a questão vai além da saúde pública, pois o consumo da carne de tubarão, principalmente da espécie azul, pode colocar o animal em risco de extinção.
A Anvisa informou que não há regulamentações específicas direcionadas a essa espécie, mas atua de forma complementar e pode colaborar com outras autoridades em temas relacionados ao controle sanitário desses produtos ou de seus derivados.
Os ministérios da Pesca e Aquicultura e do Meio Ambiente publicaram, em conjunto, em abril, uma portaria que define medidas de controle e fiscalização para a pesca da espécie. O tubarão-azul é o único que tem a atividade pesqueira permitida no país.
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