Testemunhas do general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do ex-presidente Jair Bolsonaro, tentaram minimizar os papéis dos dois no plano de golpe de Estado, durante depoimento, nesta segunda-feira (26), no Supremo Tribunal Federal. Hoje foram ouvidas sete testemunhas.
Christian Schneider, que é servidor de carreira da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), negou, como todas as outras testemunhas, que tivesse conversado com o general Heleno sobre tentativa de golpe de Estado. Ele confirmou, no entanto, que Alexandre Ramagem, que era o diretor da Agência Brasileira de Inteligência, despachava diretamente com o ex-presidente Bolsonaro, quebrando com a hierarquia que ocorria em outros governos, quando o diretor da Abin sempre despachava apenas com o ministro do GSI. Ele ainda disse que foi a primeira vez que a escolha do diretor da Abin não ficou a cargo do GSI, mas foi feita diretamente pelo presidente da República.
O coronel Amilton Coutinho Ramos, ex-assessor de imprensa do general Heleno, disse que Heleno nunca escondeu que era a favor do voto impresso, mas que teria acatado a decisão do TSE a favor das urnas eletrônicas.
Isso contradiz provas encontradas pela Polícia Federal na casa do general Augusto Heleno. Foram encontradas anotações e um planejamento prévio para fabricar um discurso contrário às urnas eletrônicas. Na denúncia, a Procuradoria-Geral da República (PGR) diz ainda que Heleno incitou publicamente a intervenção das Forças Armadas e que ele teve um papel crucial no plano de golpe.
O ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também prestou depoimento e disse que houve o que ele classificou de "uma transição tranquila", que teria seguido a legislação, entre o governo Bolsonaro e o governo Lula.
Os depoimentos das testemunhas do Núcleo 1, dos idealizadores do golpe, vão até o dia 2 de junho e recomeçam amanhã pela manhã.
Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.