Nesta época em que o frio se intensifica, os abrigos que recebem pessoas em situação de vulnerabilidade exercem um papel muito importante. Há cerca de 40 anos, uma ação organizada pela Igreja Católica oferece café da manhã a pessoas em situação de vulnerabilidade em um bairro da zona leste de São Paulo. A região também tem serviços públicos de atendimento à população de rua, mas a prefeitura da cidade estuda transferir os serviços de local.
De segunda a sexta, quem vive em situação de vulnerabilidade na região da Mooca, na zona leste de São Paulo, tem café da manhã de graça. Hoje (30), por causa do frio, teve até doação de toucas. Para a família do Fernando, que vive em uma ocupação, a ajuda é fundamental.
A ação acontece há cerca de 40 anos, na Paróquia São Miguel Arcanjo, do padre Júlio Lancelotti. Diariamente, são atendidas cerca de 300 pessoas. Mas, segundo o padre, a casa onde a doação acontece, que pertence à Igreja Católica, é alvo de críticas dos vizinhos.
“Nós vivemos em uma democracia, e numa democracia constitucional. O artigo 5º da democracia diz que todos são iguais perante a lei”, destaca padre Júlio.
A poucos metros de onde é servido o café da manhã, funcionam dois centros de acolhida da prefeitura de São Paulo. Em um deles, cerca de 180 pessoas em situação de rua frequentam de forma fixa e muitas outras vão durante o dia para os serviços que são oferecidos. Quem usa elogia o local.
A prefeitura analisa a possibilidade de mudança de endereço desses dois centros de acolhida aqui da região do Mooca. Dentre as justificativas, os locais seriam inadequados, insalubres e sem espaço suficiente.
Na semana ada, um grupo de trabalho foi instituído pela Prefeitura para transferir o serviço de local. O GT tem um prazo de 15 dias para dar um parecer, indicando imóveis compatíveis com a finalidade. Mas quem usa os locais não entende bem os motivos que justificariam uma mudança.
Segundo censo da prefeitura de 2021, 32 mil pessoas vivem em situação de rua na cidade de São Paulo. A rede de acolhimento em abrigos públicos tem 26 mil vagas, número insuficiente para todos que precisam. No frio dos últimos dias, Caíque conta que tem buscado uma vaga, mas sem sucesso.
Em nota, a prefeitura de São Paulo informou que oferece 26 mil vagas de acolhimento, distribuídas em 380 serviços, como hotéis sociais e centros de acolhida. Sobre o estudo, a prefeitura reafirma que a atual gestão segue comprometida com as demandas da população em situação de vulnerabilidade e que mantém um trabalho constante para otimizar o atendimento na rede socioassistencial.
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Esta é uma época do ano perigosa para quem está em situação de rua. Por isso a importância dos abrigos para acolhimento. Se quem está em casa, com agasalho e cobertor, já sente os impactos do frio, imagina quem não tem como se proteger. Ontem (29), duas pessoas morreram de frio em Porto Alegre e uma em Bento Gonçalves, na serra, onde a temperatura chegou a marcar zero grau. As prefeituras disseram ter reforçado o acolhimento à população em situação de rua, com a proximidade do inverno.
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