O Supremo Tribunal Federal retirou o sigilo de 52 depoimentos realizados no processo que julga o plano de golpe de Estado. Os temas abordados com as testemunhas tratam dos papéis e atos de cada um dos denunciados. Segundo os depoimentos, a trama ou pela busca de elementos que sustentassem os argumentos de fragilidade do sistema eleitoral e discussão de medidas fora do Estado Democrático de Direito.
As testemunhas de acusação disseram que o ex-presidente Jair Bolsonaro mostrou aos chefes das Forças Armadas documentos jurídicos, com a intenção de justificar a possível decretação de um estado de sítio e o uso das Forças Armadas para garantir a ordem no país.
O general Marco Antônio Freire Gomes, que comandava o Exército na época, foi avisado pelo ministro Alexandre de Moraes que poderia ser preso caso mentisse no depoimento. Depois disso, Freire Gomes contou que teve o a uma minuta de golpe, mas se recusou a ler o documento.
Todas as testemunhas de defesa do Núcleo 1 negaram ter mantido qualquer conversa com os réus sobre uma possível trama golpista ou sobre ações para impedir a posse do presidente Lula. Por outro lado, as testemunhas convocadas pela PGR relataram o mapeamento realizado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública das regiões onde Lula obteve mais de 75% dos votos, além de operações especiais da Polícia Rodoviária Federal com o objetivo de interceptar ônibus que transportavam eleitores para os locais de votação no Nordeste.
Entre os dias 9 e 13 de junho, estão marcados os depoimentos dos oito réus do chamado núcleo crucial da tentativa de golpe de Estado. O primeiro a ser ouvido será Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e também delator no caso. Depois dele, prestam depoimento Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional; Jair Bolsonaro, ex-presidente da República; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e, por último, Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022.
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