Uma das bandas símbolo da fulgurante cena do rock brasileiro dos anos 1980, Biquini Cavadão é a estrela deste episódio do Segue o Som, que festeja a longevidade da banda, com 30 anos de carreira.
No bate-papo com o apresentador Mariano Marovatto, o vocalista Bruno Gouveia reflete sobre um dos pilares da continuidade do grupo: a preocupação com uma constante e pulverizada agenda de shows. O músico conta que em 2012 eles comemoraram a marca de dois mil shows, o que garante uma renovação do público, que hoje não é limitado aos que foram jovens nos anos 1980.
“A gente ganhou um grande público no Nordeste a partir da participação em festivais regionais, às vezes entrando encaixado, sem nosso nome no cartaz, indo em cidades como Fortaleza, em que ficamos 11 anos sem ir, pra ampliar nossa presença”, conta.
A banda analisa o contexto sócio-político que possibilitou o surgimento de tantas bandas nos anos 80, num claro reflexo cultural fruto do processo de desmantelamento da ditadura e a consequente abertura política. Mesmo revisitando esse ado de glória e muito sucesso comercial, num momento inclusive em que o mercado fonográfico desfrutava de outra posição mercadológica, eles reforçam a preocupação em não alimentar um saudosismo, focando sempre no futuro.
Os músicos falam também do bom momento em que viveram na segunda metade dos anos 1990, quando emplacaram grandes sucessos, como “Janaína” e “Vento Ventania”.
Os integrantes conversam ainda sobre os desafios de se manter unidos na estrada e nos bastidores por tantos anos a fio, dividindo como funcionam as tomadas de decisão referentes a escolha de repertórios para discos, como se desenvolve a dinâmica de composição e de divisão de direitos autorais, temas que costumam suscitar problemas quando do processo criativo coletivo.
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