Digite sua busca e aperte enter 20521v

Compartilhar:

Eu quero votar pra presidente - os 40 anos das Diretas Já! 625314

1x2o5b

Caminhos da Reportagem 36452w

No AR em 28/04/2024 - 22:00 2ex12

O ano de 1984 assistiu às maiores manifestações populares no Brasil desde o período pré AI-5 - o ato institucional que fechou o Congresso e aumentou a repressão da ditadura civil-militar (1964-1985). O ápice da campanha Diretas Já!, que pedia a volta das eleições diretas para presidente da República, aconteceu em abril: milhares foram aos comícios da Candelária, no Rio, e do Anhangabaú, em São Paulo.

Naquele ano, o país já amargava duas décadas de ditadura civil-militar e vinha ando pela abertura “lenta, gradual e segura” iniciada no governo Geisel (1974-1979), com a revogação do AI-5, em 1978, e a Anistia aos presos e perseguidos políticos em, 1979, no governo Figueiredo (1979-1985). Apesar dos acenos, a redemocratização parecia distante. A insatisfação popular era agravada por uma inflação que fechou 1983 na casa dos 160% ao ano, corroendo o poder de compra do Cruzeiro e enterrando de vez um dos pilares de sustentação do regime, o “milagre econômico” dos anos 1970.

Os ex-vereadores Reginaldo Silva (esq.) e Severino Farias, de Abreu e Lima, PE, em frente ao monumento que celebra o primeiro comício por eleições diretas, em 1983.
Os ex-vereadores Reginaldo Silva (esq.) e Severino Farias, de Abreu e Lima, PE, em frente ao monumento que celebra o primeiro comício por eleições diretas, em 1983. - Divulgação/TV Brasil 4tg4c

O primeiro ato de rua pedindo eleições diretas aconteceu na recém-emancipada Abreu e Lima, em Pernambuco. Na época com cerca de 50 mil moradores, a cidade viu os então vereadores Reginaldo Silva e Severino Farias subirem em um caminhão e falarem para cerca de 100 pessoas. O medo da repressão ainda era presente, e o comício tinha até rota de fuga, como conta Reginaldo: “ Todo mundo tinha medo de ser preso, inclusive a gente, né? A gente tinha consciência do que podia acontecer. A gente pode ser preso, chegar lá em Recife, e até que o advogado chegue pra soltar a gente, a gente já levou um bocado de porrada”.

Walter Casagrande Jr. veste a cor das Diretas e mostra a camisa da Democracia Corinthiana: “os generais ligavam lá no Corinthians, diziam para não colocar a palavra ‘democracia’ na camisa”
Walter Casagrande Jr. veste a cor das Diretas e mostra a camisa da Democracia Corinthiana: “os generais ligavam lá no Corinthians, diziam para não colocar a palavra ‘democracia’ na camisa” - Divulgação/TV Brasil 5gv4j

As manifestações foram ganhando força e a pauta das Diretas ganhou aliados. Além de lideranças políticas de diferentes partidos, o movimento aglutinou artistas, intelectuais e esportistas. Walter Casagrande Jr, então um jovem atleta do Corinthians, vivia desde 1982 a experiência de autogestão entre atletas e comissão técnica, que ganhara o nome de “Democracia Corinthiana”. Junto de Sócrates, Vladimir e outros expoentes do movimento, buscava expressar sua posição política, e uma das formas de fazer isso era vestindo a cor das Diretas: “Você não pode colocar amarelo no Corinthians, mas a gente colocava joelheira, tornozeleira ou uma camisa na hora da entrevista, ou quando a gente saía junto. Estava sempre com camisa amarela ou uma fitinha amarela ou alguma coisa assim”.

A atriz Lucélia Santos militou pela anistia de presos políticos e participou das Diretas Já, que ela descreve como uma “confluência de energias”.
A atriz Lucélia Santos militou pela anistia de presos políticos e participou das Diretas Já, que ela descreve como uma “confluência de energias”. - Divulgação/TV Brasil 365ws

Outra personalidade que aderiu às Diretas foi a atriz Lucélia Santos. Famosa pelo papel na novela A escrava Isaura, Lucélia também era bem conhecida pela SNI, órgão de espionagem da ditadura, que vigiava sua atividade de militante junto à Anistia Internacional. Para ela, o movimento atraiu muita gente que não estava diretamente envolvida com política: “Ali foi uma confluência de energias positivas, onde a arte, os artistas, eram parte efetivamente. Eu por acaso tinha partido, mas eu não sei se Christiane [Torloni], Maitê [Proença], a própria Fafá [de Belém], tinham um partido. Elas não eram ativistas, mas eram artistas que se comprometeram com a história do país”.

O forte apelo popular e o empenho incansável do deputado Ulysses Guimarães (PMDB/SP), à Emenda Constitucional 05/1983, apelidada Emenda Dante de Oliveira - por causa do deputado que a propôs - não foram suficientes para sensibilizar o número necessário de congressistas, e ela não teve os votos necessários na Câmara.

Apesar da derrota, a campanha das Diretas Já abriu caminho para o fim dos governos militares com a eleição (indireta) da chapa Tancredo Neves - José Sarney, em 1985. Também se tornou um marco que precedeu outras manifestações de massa no país.

As histórias de famosos e anônimos em meio à abertura política, e suas reflexões sobre a consolidação da Nova República, vão ao ar neste domingo (28), às 22 horas, no Caminhos da Reportagem: Eu quero votar pra presidente - os 40 anos das Diretas Já!

Ficha Técnica:
Produção e reportagem: Thiago Padovan
Apoio à produção: Ana os (RJ), Paula Aguiar (TV Pernambuco)
Apoio operacional à produção: Acácio Barros, Ana Graziela Aguiar, Lucas Cruz
Reportagem cinematográfica: Alexandre Nascimento, JM Barboza, William Sales
Apoio à reportagem cinematográfica: Cláudio Caça (TV Pernambuco), Sandro Tebaldi (RJ)
Auxílio técnico: João Batista, Jone Ferreira,Wladimir Ortega
Apoio auxílio técnico: Cláudio Tavares (RJ)
Motoristas: Aguinaldo Santos Silva, Sérgio Zambrotti Bezerra
Edição de texto: Leonardo Zanon Catto
Edição e finalização de imagem: André Eustáquio, Márcio Stuckert
Assessoria: Maura Martins
Arte: Caroline Ramos, Alex Sakata
Trilha sonora: Ricardo Vilas

5j5qe

Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.

Criado em 25/04/2024 - 12:05

Últimas 5i6a5v

Caminhos da Reportagem - Reunião da Rede de Atenção às Vítimas de Violência do Estado mo Rio de Janeiro

Caminhos da Reportagem 1o1u2p

Mães de luta 2d2j42

Centenas de valas abertas no Cemitério de Vila Formosa, o maior da América Latina

Caminhos da Reportagem 1o1u2p

Covid-19: entre ausências e memórias 1y4in

Ônibus cheio no Distrito Federal

Caminhos da Reportagem 1o1u2p

Transporte: falta mobilidade, sobra pirataria 4w6b

Reporter Marieta Cazarre

Caminhos da Reportagem 1o1u2p

Cuidados paliativos: viver até o fim 291c3s

Capas de livros

Caminhos da Reportagem 1o1u2p

Palavras Ancestrais 164c6c

Caminhos da Reportagem - A reporter Manuela Castro com Edson do Nascimento, filho separado pelo isolamento da hanseniase

Caminhos da Reportagem 1o1u2p

Filhos separados pela hanseníase 1f6iv

Terra Indígena Yanomami

Caminhos da Reportagem 1o1u2p

Yanomami: sonhos que resistem 2513r

Caminhos da Reportagem - Manifestantes carregam cartazes pedindo intervenção militar

Caminhos da Reportagem 1o1u2p

8 de Janeiro: dois anos depois 4p6m6l

Luiz Gonzaga: da sanfona ao coração do Brasil

Caminhos da Reportagem 1o1u2p

Luiz Gonzaga: da Sanfona ao Coração do Brasil 2d4b15

Caminhos - jogador

Caminhos da Reportagem 1o1u2p

Jogada de risco - as apostas online no Brasil 1s2n5x

o_sirio_jadallah_al_sabah_com_os_filhos.jpeg

Caminhos da Reportagem 1o1u2p

Um lar além das fronteiras 2c611g

 Wagner Ramalho é educador ambiental e criador do projeto Prato Verde Sustentável

Caminhos da Reportagem 1o1u2p

Veganismo popular: alimentação saudável e sustentável 612z5z

O que vem por aí 721l6j

Pré-história brasileira um tempo a ser descoberto

homenagem | segunda, 23h q5u2c

TV Brasil reexibe programa com a arqueóloga Niède Guidon 14365g

capa do rbn - iara e portanova.jpg

segunda a sábado, 19h 5cg47

Repórter Brasil traz as principais notícias do dia 5n65b

Arquivo em Cartaz

disponível até 30 de junho 3j1420

Assista a filmes sobre preservação e sustentabilidade no TV Brasil Play 5685z