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Cuidados paliativos: viver até o fim 291c3s

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No AR em 10/02/2025 - 23:00 1t4q2o

O Caminhos da Reportagem mostra que os cuidados paliativos consistem em uma abordagem acolhedora a pacientes com doenças graves, incuráveis ou em estágios avançados, e a seus familiares.

A prática de cuidados paliativos é relativamente recente e muitas pessoas ainda desconhecem o seu significado. Uma das primeiras pessoas a se dedicar ao assunto foi Cicely Saunders, médica e enfermeira que cuidava do alívio das dores de pacientes em fim de vida, na década de 1960, no Reino Unido. Na década seguinte, a psiquiatra Elisabeth Kluber-Ross levou o movimento para os Estados Unidos. Naquela época, essas duas mulheres já defendiam os cuidados paliativos como um tratamento multidisciplinar para o paciente, mas também para os familiares e aqueles que o amam.

Em 2024, os cuidados paliativos se transformam em política pública no Brasil, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). No início de 2025, foi inaugurado, na Bahia, o Hospital Estadual Mont Serrat, o primeiro hospital brasileiro especializado em cuidados paliativos.

Reporter Marieta Cazarre
Divulgação/TV Brasil

O que é

Cuidados Paliativos são um conjunto de práticas médicas, psicológicas e sociais voltadas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Trata-se de uma abordagem multiprofissional, que envolve médicos, assistentes sociais, enfermeiros, dentistas, psicólogos, fonoaudiólogos, entre outros. O objetivo não é necessariamente curar, mas aliviar o sofrimento, controlar sintomas (como dor, falta de ar e ansiedade) e oferecer e emocional, tanto para o paciente quanto para sua família.

“Cuidados paliativos é uma abordagem da saúde que, se eu pudesse simplificar em uma palavra, seria conforto. Eu uso a metáfora de que receber um diagnóstico de uma doença grave é como estar num voo turbulento. O destino é incerto e o voo vai ser difícil, mas eu tenho uma boa notícia: nós vamos levar você pra primeira classe. O voo vai seguir sendo difícil e turbulento e incerto, mas lá você vai ter mais conforto e uma equipe que é especializada para te acolher, para te atender, para conversar com você, entendeu?”, explica Tom Almeida, fundador do Movimento inFINITO, uma iniciativa que promove diálogos sobre a vida, a morte e os cuidados paliativos.

A medica e escritora Ana Claudia Quintana Arantes
A médica e escritora Ana Claudia Quintana Arantes - Divulgação/TV Brasil


A médica e escritora Ana Claudia Quintana Arantes se define como uma ativista da cultura de cuidado. Autora de livros como “A morte é um dia que vale a pena viver”, ela afirma que a presença do cuidado paliativo precocemente melhora a qualidade de vida das pessoas e pode fazer com que elas vivam mais. “Como nós temos uma atenção muito cuidadosa para todas as dimensões do sofrimento, consegue-se fazer com que essa pessoa tenha um desempenho clínico melhor. Se ela está sem dor, se está dormindo bem, se a família está pacificada e ela tem o ao tratamento que é necessário, é isso que vai realmente fazer com que ela viva bem.”, explica.

Toda pessoa que estiver com uma doença que ameace a continuidade da vida pode ser beneficiada por esse tratamento. Um exemplo é o de Robert Thompson, um senhor inglês de 91 anos, que mora em Brasília e vive, há 13 anos, em cuidados paliativos. Atendido pelo Hospital de Apoio na capital, ele convive com um câncer metastático. Bob, como é chamado, a os dias pintando telas em sua casa e fazendo pequenas embarcações de madeira.

Em casa

O Governo Federal criou, em 2011, um programa chamado Melhor em Casa, que faz parte do Sistema Único de Saúde, o SUS. É uma iniciativa que oferece cuidado domiciliar para pacientes que precisam de atenção contínua, como é o caso de algumas pessoas que estão em cuidados paliativos.

A professora Luciene Ferreira Machado Cibella conhece bem o programa. Seu marido Carlos Henrique sofreu um infarto, que resultou em uma lesão cerebral extensa, há quase dois anos, numa visita a Brasília. Eles tinham viajado para acompanhar o nascimento do filho de uma sobrinha, e seriam rede de apoio nos cuidados com o bebê. Desde então, recebem o acompanhamento da equipe multidisciplinar do programa.

“Eu falo que é um homecare onde eles ficam lá e a gente fica aqui. Porque se a gente precisar, mandamos mensagem e eles respondem na hora, o que eu acho muito legal.”, conta Luciene.

A professora Luciene e seu marido Carlos, que fazem parte do programa Melhor em Casa
A professora Luciene e seu marido Carlos, que fazem parte do programa Melhor em Casa - Divulgação/TV Brasil


Fernanda Pires é professora e descobriu um câncer de mama em 2016. Em 2019, ela teve a primeira metástase no pulmão. Como o câncer não teria possibilidade de cura, Fernanda ou a contar com os cuidados paliativos. “Foi um processo de muita transformação e muito aprendizado. Porque eu ei a ver a vida de outra forma”. Fernanda se tornou voluntária de algumas ONGs, como a Oncoguia, o Instituto Ana Michele Soares, o Instituto Amor Rosa e o Heliópolis Comiva, para apoiar outras pessoas que também recebem um diagnóstico de doença que ameaça a vida.

“O importante é eu levar a minha bondade para o outro e ter Deus. Porque é ele que alimenta a minha fé pra vida, em relação a cuidar do outro”, afirma Fernanda.

Fernanda Pires está em cuidados paliativos e conta com apoio da familia
Fernanda Pires está em cuidados paliativos e conta com apoio da familia - Divulgação/TV Brasil


Para Alexander Moreira, professor titular de Psiquiatria da UFJF, a espiritualidade pode ajudar muito os familiares e os pacientes. “A espiritualidade é fundamental nos cuidados paliativos. Será que a morte é uma porta ou é um muro? Então o cuidado paliativo é extrema importância e o apoio espiritual também, pois permite realmente um processo mais suave nessa agem do indivíduo”, avalia Alexander.

Ficha técnica

Reportagem: Marieta Cazarré
Apoio à reportagem: Ana Graziela Aguiar, Carina Dourado e Thiago Padovan
Produção: Cleiton Freitas
Apoio à produção: Patrícia Araújo
Reportagem cinematográfica: Jefferson Pastori, Rogerio Verçoza e Sigmar Gonçalves
Apoio à reportagem cinematográfica: JM Barboza, Oswaldo Alves
Auxílio técnico: Alexandre Souza, Edivan Viana, João Batista, Thiago Pinto, Raimundo Nunes
Colaboração técnica: Wladimir Ortega
Edição de texto: Flávia Lima e Marieta Cazarré
Edição e finalização de imagem: Rivaldo Martins

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Criado em 05/02/2025 - 18:10

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