Os anúncios de aumento de tarifas de importação feitos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estão afetando o comércio mundial de petróleo, com queda do preço do barril. E o movimento afeta o Brasil.
Os Estados Unidos são o segundo maior comprador de petróleo brasileiro, depois da China. No ano ado, as exportações de óleo do Brasil para o exterior superaram 52% do que foi produzido. E 13 % desse total foi para o mercado norte-americano.
O preço internacional do petróleo caiu; o valor do tipo Brent, referência usada nas negociações da Commodity, despencou desde a última semana.
Em janeiro, o barril fechou em pouco mais de US$ 80, cerca de R$ 470; seguiu na média entre US$ 76 e US$ 75 nos meses seguintes; e entrou em queda vertiginosa a partir de 2 de abril, quando Trump oficializou a entrada em vigor do tarifaço sobre as importações. O barril despencou para US$ 65. Na quarta-feira, fechou em US$ 60, menor patamar em quatro anos.
Nesta sexta-feira (11), o barril está cotado um pouco acima de US$ 63, ou cerca de R$ 370. A perda acumulada já a de 15%.
Petrobras perde R$ 88 bilhões 263f6z
O preço do barril de petróleo reflete nas ações da Petrobras e, consequentemente, no valor de mercado da companhia. Em uma semana, a estatal viu seu valor de mercado despencar de R$ 506 bilhões para aproximadamente R$ 418 bilhões, uma perda de R$ 88 bilhões.
Na quinta-feira, as ações da Petrobras fecharam em R$ 33,02. Nesta sexta, começaram o dia negociadas a R$ 31,47.
"A queda do petróleo significa uma queda de receita de Petrobras e, portanto, a perspectiva vai imediatamente para os preços das ações e para o valor da empresa", explica Alfredo Renault, diretor do Centro Virtual de Soluções de Baixo Carbono, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A cotação do dólar, moeda com a qual as importações de petróleo são pagas, também está subindo.
De acordo com o economista e professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC), o cenário ainda não permite entender como o movimento atingirá o cotidiano dos brasileiros. "Neste momento de especulação, não é possível prever o que vai acontecer e nem garantir que os preços de petróleo irão cair para o consumidor brasileiro na hora de abastecer com os derivados".
A TV Brasil entrou em contato com a Petrobras para saber como a empresa pretende agir em relação a essa política tarifária dos Estados Unidos, e a estatal disse que precisa de um prazo maior para se pronunciar.
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