Um estudo divulgado hoje pelo Unicef, Instituto Fogo Cruzado, UFF e UERJ revelou que, em 2022, mais de 800 mil crianças e adolescentes estudaram em áreas dominadas por grupos armados. Além disso, cerca de metade dos alunos da rede pública sofreu com os efeitos da violência armada.
Segundo o relatório, as milícias aram a disputar os territórios com facções do tráfico de drogas e se expandiram para novas áreas nas margens da capital. Já o tráfico cresceu para regiões afastadas dos grandes centros. Violência que é reforçada também pela política da repressão, que se manifesta nas operações e incursões policiais.
No Grande Rio, 1.933 escolas estão fora de áreas dominadas por grupos armados; 1.117, em regiões sob controle do tráfico de drogas, e 722, em espaços de atuação das milícias. Mais de 4.400 tiroteios, no contexto ou não de operações policiais, foram contabilizados em 2022. A Zona Norte da capital é a região mais afetada, com 1.714 confrontos. Na sequência, com número expressivo, aparece a Baixada Fluminense. A Zona Sul da cidade é a que teve menos escolas afetadas, com 86 episódios durante todo o ano.
Cerca de metade dos estudantes do ensino fundamental e médio do Grande Rio sofreram com os efeitos da violência armada em 19 municípios da Região Metropolitana, em 2022. Uma escola de São Gonçalo, na Região Metropolitana, liderou o ranking com 18 episódios de violência armada aguda. A média foi de um tiroteio a cada duas semanas.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional prevê carga horária mínima anual de 800 horas para o ensino fundamental e de mil horas para o ensino médio, distribuídas em, pelo menos, 200 dias letivos. Exigências mínimas que, muitas vezes, por causa da violência, não são atendidas.
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