Apesar de ser a menor região em extensão territorial no Brasil, o Sul oferece uma diversidade de bens culturais a moradores e turistas. O programa jornalístico Caminhos da Reportagem visitou conjuntos urbanos tombados em cidades do Sul, que apresentam um patrimônio histórico, arquitetônico e artístico que manifesta a diversidade cultural dos fundadores e habitantes.
Ao todo, a região Sul possui mais de 150 bens tombados individualmente e 13 conjuntos urbanos tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan.
Nossa equipe esteve no Paraná, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. No interior do Rio Grande do Sul, conhecemos o conjunto histórico de Pelotas. A riqueza arquitetônica de Pelotas foi construída em função da produção do charque, carne salgada seca ao sol. Os navios que levavam o charque para o Nordeste traziam de volta a Pelotas grandes quantidades de açúcar, que eram transformados em doces finos pelas doceiras tradicionais. Visitamos a charqueada São João, uma grande propriedade, que chegou a ter centenas de africanos escravizados trabalhando e hoje é patrimônio histórico nacional. Conhecemos doceiras que mantêm a tradição dos doces finos pelotenses, como a Mãe Gisa de Oxalá.
Em Porto Alegre, a capital do Estado, conhecemos a Casa de Cultura Mário Quintana, o antigo Hotel Majestic - em que o escritor viveu entre 1968 e 1980. Hoje, o espaço abriga atividades de cinema, música, artes visuais, dança, teatro e literatura.
Em Santa Catarina, visitamos Laguna, onde todo o centro histórico é tombado pelo Iphan desde 1985. Na cidade, a Casa de Anita é um dos espaços mais visitados. Trata-se de um pequeno museu com móveis de época e objetos que fizeram parte da história da cidade e de Anita Garibaldi, conhecida como “a heroína dos dois mundos”. Aos 18 anos, Anita conheceu o italiano Giuseppe Garibaldi, com quem se casou. Ao lado dele, integrou movimentos políticos revolucionários, como a Revolução Farroupilha e o processo de unificação da Itália. Em Laguna, ainda encontramos a pesca artesanal com botos. Os moradores querem que o saber-fazer dos pescadores seja incluído no rol de patrimônio cultural imaterial brasileiro.
No Paraná, nossa equipe esteve em Curitiba onde seguiu viagem de trem, pela ferrovia que corta a serra do mar, até o município de Morretes. Em Antonina, no litoral do Paraná, o Armazém Macedo está sendo reconstruído desde 2018 e a previsão é que fique pronto em 2020. As ruínas do Armazém são símbolo da cidade, guardam a memória do antigo porto e são testemunhos da vida no século 20. Já Lapa, cidade de 48 mil habitantes, preservou os seus casarões. O conjunto permite uma verdadeira viagem ao ado.
Ficha técnica
Reportagem: Carlos Molinari
Produção: Naitê Almeida
Imagens: Sigmar Gonçalves
Auxílio técnico: Dailton Matos
Edição de texto: Flávia Lima
Edição de imagens e finalização: Jerson Portela
Arte: Pâmela Lopes
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