Boêmio, frequentador assíduo de cabarés e da noite dos tempos do Rio antigo, Wilson Batista foi um dos melhores sambistas de todos os tempos. No ano do seu centenário, ele é o homenageado desta reapresentação que a TV Brasil faz do programa De Lá Pra Cá, em que Vera Barroso entrevista o cantor e compositor Delcio Carvalho, amigo de Wilson Batista; o produtor, ator, músico e pesquisador Rodrigo Alzuguir, que lançará uma biografia sobre o sambista no fim do mês, e o escritor Luis Fernando Vieira, autor do livro Wilson Batista: na corda bamba do samba.
Rival de Noel Rosa, com quem manteve uma das maiores polêmicas da história de nossa música popular, Wilson foi autor de mais de 700 canções. Criou versos belíssimos, mesmo sendo semi-analfabeto. Dono de um talento fora do comum, Wilson inspirava-se no estilo de vida que levava. Era um malandro de corpo e alma, desses que se vestia de terno branco ou azul marinho, camisa de seda e sapatos de duas cores. E que tinha uma navalha no bolso do paletó. Embora Wilson dissesse que nunca a tivesse uasdo.
Com o tempo, Wilson foi obrigado a se regenerar, pelo menos na aparência. Fez sambas elogiando o trabalho honesto e até mesmo as virtudes da família. Sempre viveu com dificuldades. Foi obrigado a vender muitas de suas composições, mesmo tendo, em certos momentos, parceiros importantes com Nássara e Ataúlfo Alves. Apesar do sucesso que fez na década de 1940 e início dos anos de 1950, tendo sido um dos responsáveis pela criação do samba urbano como hoje ele é entendido, Wilson morreu esquecido. E apesar de tudo o que fez seu nome sóé lembrado por causa daquela polêmica que manteve com Noel.
A vida e obra de Wilson Batista, o sambista, no De lá pra cá!
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