Neste De lá pra cá, Ancelmo Gois e Vera Barroso relembram um ícone da música brasileira: o cantor Waldick Soriano, morto em 2008, que completaria 80 anos no próximo dia 13 de maio. Para destacar a vida e a obra do cantor, o programa recebe o jornalista e biografo Paulo César Araujo, autor de "Eu não sou cachorro não: música popular cafona e ditadura militar", o radialista, locutor/apresentador da Rádio Nacional, Cirilo Reis, a cineasta Ana Rieper, que dirigiu o documentário sobre música brega “Vou rifar meu coração” e a atriz Patrícia Pillar, diretora do documentário "Waldick: sempre no meu coração".
Ao longo de 40 anos de carreira, Waldick compôs e gravou mais de quinhentas músicas e se transformou no ícone da canção romântica do Brasil. Mas antes de ser
chamado de romântico e tornar-se objeto de culto, o cantor precisou vencer inúmeras resistências. Foi chamado de cafona, tachado de rei do brega e discriminado por intelectuais, que durante a ditadura acusavam Waldick de alienado e vinculavam a imagem do cantor ao regime militar.
Waldick era uma figura folclórica, dessas que saltam aos olhos. Vestia-se de terno preto, estava sempre de óculos escuros e usava chapéu de caubói, que jogava para a plateia no final dos shows. Bon vivant, ele gostava de carros grandes; tinha um Ford Landau que ele mesmo dirigia pelas estradas, rumo às cidades em que iria se apresentar, a maioria no Nordeste, onde se concentrava o seu público.
Fazia um sucesso danado, sempre com músicas de dor de cotovelo e amores impossíveis. O maior sucesso de Waldick Soriano todo mundo conhece. E não há quem já
não tenha cantarolado seu verso mais conhecido, aquele estribilho que também dá título à música: "Eu não sou cachorro, não." A canção é tão famosa que ganhou até versão em inglês. Waldick Soriano no De Lá Pra Cá.
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