Há sete anos, o caminho da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes foi interrompido de forma violenta. São sete anos de luta, sete anos de espera para que se faça justiça. Vamos relembrar agora o quanto as investigações avançaram até aqui.
As primeiras prisões aconteceram um ano após o crime. Em 2019, os ex-policiais Élcio Queiroz e Ronnie Lessa foram presos, acusados de serem os executores de Marielle Franco e Anderson Gomes.
Em 2023, foi a vez do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel. Ele teria cedido um carro para esconder as armas após o assassinato e participado do descarte delas. No ano ado, foram presos o mecânico Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha, apontado como responsável pelo desmanche do carro usado no crime, além de Robson Calixto da Fonseca, conhecido como Peixe, ex-assessor do Tribunal de Contas do Estado do Rio, e o policial militar Ronald Paulo Alves Pereira, o Major Ronald, apontado como responsável por levantar informações sobre a rotina de Marielle. Ele já cumpria pena por outros crimes quando foi acusado.
Outros cinco suspeitos foram mortos em uma tentativa de queima de arquivo. O primeiro, em 2018, foi Lucas do Prado Nascimento da Silva, o Toddynho. Ele estaria envolvido na clonagem do Cobalt prata usado na execução. Em 2020, morreu o ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, que teria posto seu grupo de matadores, o Escritório do Crime, para efetuar os assassinatos. Em 2021, o policial Luiz Carlos Martins, braço direito de Adriano, foi morto a tiros. No mesmo ano, foi executado Edmilson da Silva de Oliveira, o Macalé, que seria o intermediário na contratação de Ronnie Lessa para o crime. Em 2023, Hélio de Paula Ferreira, o Senhor das Armas, foi assassinado. Ele era acusado de ter intermediado a relação entre mandantes e executores do assassinato.
Os acusados de serem os mandantes do crime foram presos em 24 de março do ano ado: os irmãos Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio, e Chiquinho Brazão, deputado federal eleito pelo União Brasil e expulso do partido. O delegado Rivaldo Barbosa, terceiro suspeito de mandar matar Marielle e Anderson, foi preso no mesmo dia. Na época do atentado, ele era chefe da Polícia Civil do Rio. Foram cumpridos também mandados de busca e apreensão contra suspeitos de envolvimento, como Giniton Lages, ex-chefe da Delegacia de Homicídios do Rio. O relatório da PF aponta que a execução de Marielle teria sido motivada por sua posição contrária à exploração imobiliária em áreas dominadas pela milícia.
Em outubro, seis anos, sete meses e 17 dias após o crime, os assassinos confessos foram condenados. Ronnie Lessa recebeu a pena de 78 anos, 9 meses e 30 dias de prisão, e Élcio de Queiroz, 59 anos, 8 meses e 10 dias. Os dois réus têm, ainda, de pagar pensão ao filho de Anderson até que ele complete 24 anos e indenizar por dano moral as famílias das duas vítimas.
Ao ler a sentença, a juíza destacou: "A justiça, por vezes, é lenta, é cega, é burra, é injusta, é errada, é torta. Mas ela chega."
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