O estado de São Paulo já confirmou 101 mortes por dengue este ano e, devido à gravidade da situação, deve decretar estado de emergência ainda nesta semana.
Com a preocupação em alta há meses, pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da USP desenvolveram um novo método de diagnóstico para a doença. O estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), pode validar a eficácia de novas vacinas e ajudar a prevenir novas mortes.
Inicialmente, a pesquisa foi validada com amostras de sangue de camundongos infectados com os vírus da dengue e da zika. Em seguida, os testes foram realizados com cerca de 650 amostras de soro sanguíneo coletadas em São Paulo durante a epidemia de Zika no Brasil, entre 2015 e 2017. Os resultados indicaram uma sensibilidade de quase 88%, demonstrando alta precisão na detecção do vírus e reduzindo o risco de falsos negativos.
Os antígenos desenvolvidos no laboratório permitem identificar, de maneira precisa e específica, anticorpos contra os quatro tipos do vírus da dengue e contra o vírus da zika em pessoas previamente infectadas. Segundo o coordenador do estudo, professor Luís Carlos de Souza Ferreira, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, outras 318 amostras foram colhidas de pessoas saudáveis na cidade de Barreiras, no oeste da Bahia, uma região endêmica para a doença. Cerca de 65% dessas amostras reagiram positivamente para pelo menos um antígeno da dengue.
Com essa tecnologia, é possível planejar melhor o controle da população do mosquito transmissor e evitar que novos surtos afetem populações vulneráveis. Atualmente, fala-se muito da predominância do sorotipo dengue 3 na nova epidemia. Além disso, o teste pode ser extremamente útil para avaliar a eficácia das vacinas contra a dengue. Algumas já estão sendo aplicadas em um público no Brasil, e outras, como a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, devem ser disponibilizadas em breve.
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