Em mais um dia de depoimentos no processo que apura uma tentativa de golpe de Estado, o ex-comandante da Força Aérea Brasileira confirmou que o general Freire Gomes chegou a ameaçar prender Bolsonaro. Esse foi o quinto depoimento na ação penal contra o núcleo político da trama golpista.
Durante depoimento como testemunha da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, confirmou que o então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, avisou ao ex-presidente Jair Bolsonaro que poderia prendê-lo caso insistisse em levar adiante planos golpistas para se manter no poder após a derrota nas eleições de 2022.
Segundo Baptista Júnior, Freire Gomes foi firme, mas tranquilo, ao afirmar que, caso houvesse tentativa de golpe, teria que prender o ex-presidente.
Baptista Júnior também contou que, em reunião com as Forças Armadas, no Ministério da Defesa, o então ministro Paulo Sérgio Nogueira apresentou uma minuta golpista. Ao saber que o documento previa impedir a posse do presidente Lula, ele se recusou a ler e deixou a sala.
Confirmou ainda que o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, apoiava a tentativa de golpe e que sofreu ataques após se recusar a participar do plano, supostamente ordenados por Braga Netto. Ainda segundo Baptista Júnior, Bolsonaro sabia que não havia fraude no sistema eleitoral.
Esse foi o quinto depoimento do processo contra o núcleo político da trama golpista. Ao todo, 82 pessoas devem ser ouvidas até 2 de junho.
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