O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, nesta segunda-feira (19), a fase de depoimentos das testemunhas de acusação e de defesa no processo que investiga o chamado núcleo político da tentativa de golpe. Esse núcleo é formado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Neste primeiro dia, foram retomados pontos sobre o uso de dados por órgãos do governo e possíveis articulações para contestar o resultado das urnas. Hoje quatro testemunhas indicadas pela PGR foram ouvidas. O ex-presidente Bolsonaro, réu no processo, também acompanhou os depoimentos. O governador do DF, Ibaneis Rocha, estava previsto, mas foi dispensado.
O primeiro a depor foi Éder Balbino, dono de uma empresa de software. Ele contou que foi contratado pelo Instituto Voto Legal dez dias antes do segundo turno para produzir planilhas sobre as eleições, mas afirmou que o relatório com supostas falhas graves nas urnas não tinha base nos dados coletados por sua equipe.
Já Clebson de Paula, analista de inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública, afirmou em seu depoimento que a diretora Marília Alencar pediu planilhas com locais onde Lula teve mais de 75% dos votos — dados que teriam sido usados nos bloqueios de ônibus no segundo turno.
Adiel Alcântara, da Polícia Rodoviária Federal, afirmou que recebeu ordens para abordar ônibus e vans rumo ao Nordeste, a mando do então diretor Silvinei Vasques.
O ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, relatou que Bolsonaro mencionou decretar Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ou estado de sítio, mas o Exército se opôs. Ele também disse que o almirante Almir Garnier teria apoiado Bolsonaro em caso de golpe.
Os depoimentos seguem por videoconferência até 2 de junho. Ao todo, 82 testemunhas serão ouvidas.
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