Um estudo feito pela Universidade de São Paulo (USP) comprovou cientificamente o que muita gente já imaginava: o povo brasileiro é um dos mais diversos do mundo. São cerca de 78 milhões de variantes genéticas por aqui.
A miscigenação do Brasil está nos diferentes tons de pele, traços no rosto e cabelos. E nas histórias familiares.
O estudo, publicado na revista Science, fez o sequenciamento do DNA de 2.723 brasileiros e mostrou que a composição genética da população é mais diversa e menos europeia do que se pensava.
O levantamento derruba a ideia de democracia racial, mostrando que a miscigenação no Brasil não foi consensual. O DNA brasileiro é um retrato vivo da violência histórica praticada contra mulheres indígenas e africanas escravizadas.
O cromossomo Y, presente apenas nos homens, é predominantemente europeu, um índice de 71%. Já a linhagem materna, transmitida apenas da mãe para filho, carrega 42% de ancestralidade africana e 35% indígena. Reflexo de séculos de estupro e políticas coloniais portuguesas de estímulo ao branqueamento da população.
Foram identificadas 78 milhões de variantes genéticas, das quais quase nove milhões são inéditas. Aproximadamente 36 mil variantes podem estar relacionadas a doenças como câncer, diabetes e infecções.
Segundo a geneticista e pesquisadora da USP Lygia da Veiga Pereira, é preciso entender quais variações genéticas estão associadas a determinadas características da saúde. Esse conhecimento permite identificar predisposições genéticas para doenças, possibilitando medidas preventivas que podem reduzir o risco de manifestações dessas condições. Além disso, essa compreensão pode ajudar no desenvolvimento de novos medicamentos mais eficazes.
Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.