Apesar de uma redução de mais de 20% no número de ataques em 2024 em relação a 2023, o Brasil continua sendo um ambiente hostil para o exercício do jornalismo. De acordo com a edição deste ano do relatório divulgado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o país registrou no ano ado uma média de uma agressão a cada dois dias e meio.
O documento destaca a continuidade de práticas violentas, apontando atores da extrema direita como os principais agressores. Foram registrados 144 episódios de violência contra jornalistas em 2024, uma queda em relação aos 181 casos oficiais de 2023. No entanto, a Fenaj observa que esse número ainda é maior do que os 135 registrados em 2018.
A Fenaj ressalta que a violência contra jornalistas aumentou significativamente a partir de 2019, durante o governo anterior. Em 2024, a agressão física foi a forma mais comum de violência, com 30 casos, seguida do assédio judicial, com 23 registros, e ameaças verbais presenciais, com 15 ocorrências. Os principais agressores foram políticos, assessores e familiares, denunciados em 48 episódios. O período eleitoral foi apontado como o mais violento para os jornalistas.
Mesmo com a queda geral da violência, a federação chama atenção para a mudança nos tipos de ataques cometidos, como a censura, que dobrou em um ano. Embora não tenha havido casos de violência letal em 2024, a censura é considerada uma forma perversa de cercear o trabalho dos jornalistas, afetando diretamente a sociedade ao negar o direito de ser informada.
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